REGIÃO DO RIO CLARO DOS PRIMEIROS POVOADORES DE CAPIVARÍ

Manoel Gonçalves Portugal

            Português de origem, filho de Antonio Roiz e de Anna Gonçalves, casado com Maria Isabel de Souza, filha de Antonio Gonçalves de Moraes e Rita Maria de Jesus, irmã de José Gonçalves de Moraes (Barão do Pirai) e do Padre Joaquim Gonçalves de Moraes. Nasceu em Barroso, no lugar de Agralhos, Freguesia de S. Vicente de Cham, termo de Vila de Monte Alegre, Província de Trás-os-Montes.


O parentesco dos “Portugal” com a família Gonçalves de Moraes procede do ramo feminino –Esse é o 2º tronco de São João Marcos e o 1º tronco dos “Portugal” de Rio Claro, procedendo dele os seguintes galhos: - José Gonçalves Portugal, Joaquim Gonçalves Portugal, Alaria Izabel de Souza Gilha, Anna Izabel de Souza, Joaquina izabel de Souza e Izabel Clara de Souza. José Gonçalves Portugal e  Joaquim Gonçalves Portugal nasceram, respectivamente, em São João Marcos, em cuja matriz foram batizados; assim reza o assentamento de José: Aos 20 dias do mês de março de 1792, nesta matriz batizei e  coloquei os Santos óleos ao inocente José – filho legítimo de Manoel Gonçalves Portugal, natural do Reino e de Maria Izabel, natural desta matriz, neto pela parte paterna de Antonio Roiz, e Anna Gonçalves e pela materna de Antonio Gonçalves de Moraes e de Rita Maria de Jesus, foram padrinhos o Reverendo Padre Joaquim Gonçalves de Moraes e D. Izabel Clara por procuração que apresentarão Francisco Roiz e Rosa Maria do Bomsucesso do que fiz este assento. “O V. Bento José de Souza”
Joaquim” – Aos 18 dias de Setembro de 1794 nesta matriz batizou o Rdo. Coadjutor Vito Pinto Ribeiro e colocou os Santos Óleos ao inocente Joaquim, filho legítimo de Manoel Gonçalves Protugal, natural de Portugal e de Maria Izabel, natural desta matriz, neto por parte paterna de Antonio Rodrigues e Anna Gonçalves, e pela materna de Antonio Golçalves de Moraes e de D. Rita Maria de Jesus, foram padrinhos Antonio José de Souza e Rosa Gabriel, do que fiz este assento que por verdade assim assinei. “O vigário Bento José de Souza.”

Esses registros são omissos em relação aos avós de Manoel Gonçalves Portugal, devendo constar de outros documentos, como o de seu registro de casamento, que não encontramos no Arquivo da Câmara Eclesiástica do Bispado. Manoel Gonçalves Portugal estabeleceu-se com Fazenda em Capivai onde obtivera Sesmaria de terras, com meia légua de testada e uma légua de fundos na paragem denominada Pirai, onde acaba a Serra do Coutinho, correndo pela mesma Serra, nos terrenos antigamente da Freguesia de São João Marcos, cujas terras lhe foram concedidas em 1779, confirmadas em 1780, e delas tomando “posse judicial atual e corporal” em 3 de Setembro de 1788 (documento particular) nos lugares denominados Rola e Cachoeira, onde se havia arranchado dentro de suas terras com casas de vivenda, na Cachoeira. Ai desenvolveu suas lavouras nelas permanecendo até seu falecimento em 3 de dezembro de 1817. Foi ele um dos grandes desbravadores do sertão para o desenvolvimento da agricultura, nele colonizando e prosperando. Foi devida a sua inteligente iniciativa que se fundou no Cemitério de Capivari, na Fazenda de Santa Barbara, antigamente Cachoeira, por serem os enterramentos feitos então numa distancia de mais de 5 léguas, e cujo terreno foi benzido pelo vigário da matriz de São João Marcos, Padre Bento José de Souza, em 3 de Março de 1808.

Deixou grande prole honrados descendentes que continuaram e continuam herdeiros de suas qualidades e virtudes.

Seu filho, José Gonçalves Portugal, faleceu moço ainda, deixando quatro filhos naturais reconhecidos: Perfeito, Francisco, Inocêncio, e Maria Gonçalves Portugal. Joaquim Gonçalves Portugal, nascido em São João Marcos, casado com D Rita Clara de Souza (sua sobrinha), fundou, edificando as casas da fazenda de Rola e de Sant’Anna, nesta principalmente esmerou-se na construção de enorme casarão, pois ai desenvolveu em grandes proporções sua lavouras de cana de açúcar, café e de cereais, gado vacum, cavalar, lanígero e suíno, com maquinismos para aguardente, farinha e fubá de milho.
A fertilidade dos terrenos animava cada vez mais seu espirito empreendedor.

Fazenda de Sant’Anna – Quando revivemos dias idos, sentindo a alegria invadir a nossa alma, na contemplação dos sítios, das cousas e das pessoas  do lugar, sentimo-nos transportados novamente para ali. E recordamos o bem que se foi, e nele engolfamos o nosso espirito na lembrança do passado naquele sabor de prazer que nos renova os gozos do coração.

À margem direito do Rio do Braço, e à esquerda do Rio Pirai, distante mais ou menos 4 quilómetros, beirando a Serra dos Coutinhos, no seu verdejante vale, assenta a fazenda de Sant’Anna, o Solar tranquilo dos “Portugal”.

A imagem do que foi, e ainda é aquele Solar tranquilo, assistindo na impassibilidade de seu casario, o perpassar das eras, nos inspira o respeito e a veneração por esses velhos edifícios avoengos, em nos fazer sofrer essa doce amargura da saudade, que Fagundes Varela tão bem sentiu na tristeza com doçura, a chorar e  sorrir, sorriso que punge e chorar que consola. “Esse mal de que se gosta, esse bem que se padece”. E os ardores do nosso espírito se abatem com a saudade, doce amargo do infinito, delicioso pungir de acerbo espinho, que Garret definiu nos recordos de sua existência. O Solar dos “Portugal” – Casa colonial, entre selvas e pomares lá esta ainda cuidado pelo carinho de seus herdeiros, vendo passar as gerações umas após outras que se formaram à sombra de suas ramadas.

Cadinho caldeador de proles abençoadas, formador de espíritos que fulguraram e fulguram ainda, na lavoura, no comércio, na indústria, nas ciências, nas letras, nas armas, na administração civil, política e religiosa enobrecendo a família e servindo a Pátria!

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