FAZENDA DE SANT’ANNA

            A Fazenda de Sant’Anna, cuja construção se iniciou em 1821, e terminou em 1840, foi finalmente a residência dos “Portugal”. Joaquim Gonçalves de Souza Portugal, deixando a residência de seus pais em Cachoeira, foi morar na fazenda do Rola, após ter se casado, ali também construindo casa. Ficando, porém, esta residência distante de seus cafezais, construiu a de Sant’Anna, nela aproveitando madeiramento de suas matas. A casa é de aspecto comum da época colonial, confortável porém na sua simplicidade arquitetônica.

Em plano elevado do solo por pequenas escadas que dão ingresso à primeira varanda de entrada. O edifico esta dividido em 6 salas, 1 Capela, 18 quartos, cozinha, copa, dispensa e demais serventias, contendo nove janelas de frente.

Além do prédio de residência, se destacam outros, para engenhos de café, de aguardente, tulhas para café, moinho de fubá de milho e diversos paióis. Grande terreiro em parte empedrado, estaqueado de madeira de lei; parte do casario externo está em ruínas, e já não existem casas de senzalas.
O café ali produzido era transportado para Angra dos Reis, por ser o ponto mais perto de embarque. (Vimos contas de café mandado para Jurumirim desde 1833).
Em terreno plano, fronteiriço da fazenda esta o cemitério, onde em uma Capela construída de pedra e cal, é o jazigo da família, e no qual repousam em sono eterno os primeiros “Portugal”.

Sant’Anna, fazenda rica de terras salubérrimas, de matas, de minérios e de quedas d’água. Fontes de riqueza industrial, ali se encontram o caolim e o feldspato, a pirita, e formidáveis capacidades hidrográficas. O Rio do Braço, um dos maiores afluentes do Pirai, mais caudaloso que o Rio Piraí, tem um percurso de 12 léguas em sertão, com um légua em terras  de Sant’Anna, com três quedas, a primeira no Salto, com a6 metros, a segunda no funil, com 110 metros e a terceira no Rola com 280 metros, todas essas quedas de puríssimas águas estão inaproveitadas, toda essa potencial energia, com a jazida de feldepato, constituem uma das riquezas do município de Rio Claro, que guarda em seu solo grandes jazidas de outros minerais. De futuro, porém, é possível que os capitais ali sejam empregados para o aproveitamento dessas riquezas inexploradas.

Rio Claro é pois um rincão, em cujo seio se encontram formidáveis riquezas, aa espera tão somente que a inteligência e o capital, se congreguem para dele tirar o resultado benéfico, para a sua prosperidade.           

Ao diante os leitores lerão o costado genealógico dos “Portugal”, minucioso trabalho que nos foi confiado pelo seu operoso descendente o Sr. José Clarindo Rebustillo Portugal, a quem agradecemos a gentileza de seu magnifico auxilio, e que constitue a árvore do 1º tronco de Rio Claro.

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